Sífilis tem cura! Este é o slogan da campanha nacional de enfrentamento da infecção lançada pelo Ministério da Saúde. Com foco no estímulo à testagem, a iniciativa também fala de prevenção e reforça a eficácia do tratamento, todos disponíveis gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).
Junto à campanha, foi divulgado o Boletim Epidemiológico de Sífilis 2025, que aponta redução dos casos em todo o Brasil. Nos últimos três anos, foram registrados 2.093 casos a menos no país. O levantamento também indica estabilidade nas taxas de detecção de sífilis adquirida e em gestantes, sinalizando um controle progressivo da infecção em nível nacional.
Em 2024, foram notificados 256 mil casos de sífilis adquirida, 89 mil em gestantes e 24 mil casos de sífilis congênita, com 183 óbitos. De acordo com o Ministério, apesar dos números ainda preocupantes, os dados mostram avanços significativos, resultado do trabalho integrado entre vigilância, atenção primária, maternidades, estados e municípios, além da mobilização da sociedade civil, profissionais de saúde e comunidade científica.
AHF oferece teste e tratamento – O teste rápido e o tratamento de sífilis também estão disponíveis gratuitamente nas clínicas da AHF Brasil, em São Paulo (para a população geral) e no Recife (para homens). Veja os endereços aqui.
François Figueiroa, médico sanitarista e diretor da Clínica do Homem do Recife, mantida pela Aids Healthcare Foundation, destaca que, apesar de ser uma doença conhecida, de diagnóstico simples e tratamento eficaz, os desafios vão além das questões biológicas. “A sífilis continua sendo um problema de saúde pública global e, mesmo com recursos disponíveis para diagnóstico e tratamento, sua incidência tem aumentado tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento”, explica.
A prevenção é possível principalmente com o uso correto de preservativos em todas as relações sexuais. Testes rápidos gratuitos ofertados pelo SUS garantem diagnóstico acessível, e o tratamento deve ser iniciado imediatamente após confirmada a infecção. Durante a gestação, o acompanhamento pré-natal de qualidade é indispensável para reduzir os riscos, envolvendo avaliação frequente da saúde da gestante e de seus parceiros.
François alerta que preconceito, estigma e tabus em torno da sexualidade ainda desafiam o combate à sífilis, pois dificultam a busca por informação, diagnóstico e tratamento adequados. “Muitas pessoas acreditam ter conhecimento suficiente sobre saúde sexual quando, na verdade, há lacunas significativas. Precisamos ter uma abordagem mais abrangente e adaptada aos diferentes públicos. Informação é essencial para a prevenção e o controle da sífilis”, completa.
Outubro Verde – A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) que tem cura, mas exige atenção para evitar complicações graves. O Dia Nacional de Luta contra a Sífilis e a Sífilis Congênita, lembrado no terceiro sábado de outubro, tem o objetivo de intensificar ações educativas, preventivas e de testagem.
No primeiro estágio da sífilis, aparecem úlceras indolores nos genitais. No secundário, há manchas pelo corpo e febre. Na fase latente, não há sintomas. E na terciária, a mais grave, podem surgir danos aos órgãos vitais. A sífilis congênita, transmitida da mãe para o bebê durante a gestação ou o parto, pode causar cegueira, surdez ou condições neurológicas graves.
Beto de Jesus, diretor da AHF Brasil, destaca a importância da testagem regular. “Mesmo sem sintomas visíveis, é fundamental que todos façam exames para iniciar rapidamente o tratamento caso necessário. Além do SUS, as clínicas da AHF também proporcionam testagem para sífilis, HIV, hepatites e outras ISTs, além de promoverem orientações sobre cuidados com a saúde sexual”, orienta.