Diante do aumento de casos de gonorreia em todo o mundo e do fenômeno da resistência bacteriana aos medicamentos usados para tratar a infecção, as vacinas contra a meningite podem ajudar a melhorar a proteção contra a doença. É o que revelam três novos estudos publicados na revista Lancet Infectious Diseases na semana passada.
A gonorreia é uma infecção sexualmente transmissível (IST) que, se não tratada, pode levar a sérios problemas de saúde, incluindo infertilidade em mulheres, transmissão da doença para bebês recém-nascidos e aumento do risco de HIV. Mais de 80 milhões de novos casos foram registrados em todo o mundo em 2020.
A diminuição da eficácia dos tratamentos disponíveis contra a bactéria responsável pela doença, Neisseria gonorrhoeae, e a falta de uma vacina para prevenir a infecção levantaram preocupações sobre a possibilidade da gonorreia se tornar mais resistente ao tratamento, ou mesmo intratável, no futuro.
Desde que as vacinas contra a meningite se tornaram mais amplamente disponíveis, estudos mostraram que elas também oferecem certa proteção contra a gonorreia, e que mesmo uma proteção parcial pode reduzir consideravelmente os casos. No entanto, ainda permanecem em aberto questões sobre os impactos e a eficácia do uso de vacinas da meningite contra a gonorreia.
Os três estudos sugerem que a vacina 4CMenB, contra a meningite, pode oferecer proteção significativa para adultos jovens e para homens que fazem sexo com homens (classificação técnica que inclui gays, bissexuais e pessoas que não se identificam com alguma dessas orientações) que podem estar em maior risco de infecção.
Em 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu uma meta para reduzir a incidência de gonorreia em 90% até 2030, no entanto, uma vacina eficaz ainda não foi desenvolvida.
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