HIV: terapia genética se mostra promissora para cura da doença

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Rodrigo Hilario

A esperança da cura para o HIV (vírus da imunodeficiência humana) pode estar na terapia de edição genética CRISPR. Ela consiste em editar genes que estão por trás dos mecanismos usados pelo vírus para se replicar e causar do doenças. Em um estudo recente publicado na prestigiada revista científica Nature Communications, pesquisadores da Northwestern Medicine, em Chicago, nos EUA, relataram ter encontrando 86 genes que podem desempenhar um papel na maneira como o HIV se replica e causa doenças, incluindo 46 que nunca foram vistos no contexto da infecção pelo vírus.

O objetivo dos cientistas é entender como esse vírus pequeno e despretensioso com apenas 12 proteínas — e um genoma com apenas um terço do tamanho do coronavírus, por exemplo — sequestra as células do corpo para se replicar e se espalhar pelos sistemas. No estudo, os pesquisadores propõem um novo mapa para entender como o HIV se integra ao nosso DNA e estabelece uma infecção crônica.

Segundo Judd Hultquist, que é diretor do Centro de Genômica de Patógenos e Evolução Microbiana da Northwestern University Feinberg School of Medicine e principal autor do estudo, com uma melhor compreensão de como o vírus se replica, os tratamentos podem tornar cura futuramente.

Os tratamentos com medicamentos existentes são uma das nossas ferramentas mais importantes na luta contra a epidemia de HIV e têm sido incrivelmente eficazes na supressão da replicação e disseminação viral. Mas esses tratamentos não são curativos, então os indivíduos que vivem com HIV precisam seguir um regime de tratamento rigoroso que requer acesso contínuo a bons cuidados de saúde acessíveis – esse simplesmente não é o mundo em que vivemos”, disse o pesquisador ao portal de notícias da Northwestern University.

No novo estudo, as células T — o principal tipo de célula alvo do HIV — foram isoladas de sangue humano doado e centenas de genes foram eliminados usando a edição de genes CRISPR-Cas9. As células “nocauteadas” (cujos genes foram inativados via edição genética) foram, então, infectadas com HIV e analisadas. As células que perderam um gene importante para a replicação viral apresentaram diminuição da infecção, enquanto as células que perderam um fator antiviral demonstraram aumento da infecção.

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