O Ministério da Saúde aprovou o uso no Sistema Único de Saúde (SUS) do Paxlovid, primeiro remédio para casos leves de Covid-19. Fabricado pela Pfizer, o medicamento, composto pelos antivirais nirmatrelvir e ritonavir, é recomendado para pessoas consideradas de risco com casos leves ou moderados da doença.
É um dos primeiros remédios desenvolvidos especificamente para combater a infecção do Sars-CoV-2, vírus causador da doença, e reduziu em cerca de 89% as hospitalizações nos estudos clínicos.
Destinado a pessoas que tenham o risco aumentado de progressão para Covid-19 grave – como idosos, imunossuprimidos e pessoas com comorbidades – o novo medicamento é uma combinação de dois comprimidos que são embalados e administrados de forma conjunta: o nirmatrelvir e o ritonavir. O primeiro, produzido especialmente para o Sars-CoV-2 em tempo recorde, atua inibindo a parte do vírus responsável pela sua replicação dentro do organismo humano.
O nirmatrelvir age bloqueando a protease tipo 3C do Sars-CoV-2, uma enzima usada pelo vírus no seu ciclo de replicação, evitando assim a progressão da infecção da Covid-19 no corpo humano” — explica o infectologista José Valdez Madruga, líder de estudos clínicos do CRT-DST/AIDS, em São Paulo, um dos centros de estudos do antiviral no Brasil.
Ele explica que o nirmatrelvir é administrado junto ao ritonavir – um outro medicamento que é usado para inibir o sistema de metabolização de remédios no fígado e fazer com que o novo antiviral permaneça mais tempo no organismo e tenha uma atuação mais forte. O ritonavir já é utilizado no combate a outros vírus, como o HIV, pelo seu efeito potencializador dos tratamentos.
A indicação da Anvisa é a de que o tratamento comece o quanto antes após um diagnóstico positivo para a Covid-19, no prazo máximo de cinco dias após o início dos sintomas. A administração do remédio, que depende de prescrição médica, dura também um período de cinco dias.
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