Varíola do macaco: entenda por que ONU teme por racismo e homofobia

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Rodrigo Hilario

Braço da ONU, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) fez uma denúncia no último domingo, 22 de maio, após uma onda de comentários sobre varíola do macaco com conotações homofóbicas e racistas.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma parcela significativa dos cem casos de varíola do macaco são de homens que se relacionam com outros homens: homossexuais e bissexuais. Porém, o UNAIDS reforçou a mensagem de que a doença pode ser transmitida por contato com qualquer pessoa que esteja infectada e assim “pode afetar todos”.

“Esses estigmas e censuras minam a confiança e a capacidade de responder efetivamente uma epidemia como essa”, disse Matthew Kavanagh, vice-diretor do UNAIDS. A agência da ONU, que tem grande conhecimento e experiência com a AIDS, afirma que esse tipo de retórica pode arruinar os esforços com base em ciência e fatos para combater a doença.

De acordo com o órgão, os ataques racistas ou homofóbicos “criam um ciclo de medo que leva as pessoas a evitar as unidades de saúde, o que limita o alcance dos esforços para identificar casos de infecção”.

O que é a varíola do macaco?

A varíola do macaco é uma infecção viral rara, parente da varíola que foi erradicada em 1980. De acordo com o sistema público de saúde do Reino Unido (NHS), a doença geralmente dura de duas a quatro semanas e a pessoa se recupera. Os sintomas podem aparecer de cinco a 21 dias após a infecção.

Geralmente, começa com sintomas semelhantes aos da gripe, como dores musculares, de cabeça e calafrios, além de inchaço dos gânglios linfáticos. Depois, a doença progride para uma erupção cutânea que se espalha para o rosto e o corpo.

Para esta varíola endêmica da África Ocidental, não existe tratamento. Seus sintomas duram entre 14 e 21 dias, de acordo com a OMS, e curam por conta própria.

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