Julho Amarelo: um alerta contra as hepatites virais

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Guilherme

O mês de julho é dedicado ao enfrentamento das hepatites virais, um importante desafio de saúde pública no Brasil e no mundo. Essas infecções silenciosas comprometem o fígado e podem causar desde alterações leves até quadros graves, como o câncer hepático. Apesar de muitas vezes serem assintomáticas, os sinais da doença podem incluir cansaço extremo, febre, tontura, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados.

No Brasil, os tipos mais comuns de hepatite são causados pelos vírus A, B e C. Dados do Ministério da Saúde mostram quer entre 2020 e 2023 foram confirmados 785.571 casos de hepatites virais no Brasil. Desses, 171.255 (21,8%) foram de hepatite A, 289.029 (36,8%) de hepatite B e 318.916 (40,6%) de hepatite C.

Em especial, os tipos B e C apresentam maior risco de se tornarem crônicos. “Sem diagnóstico precoce, os danos ao fígado podem progredir por anos, o que aumenta as chances de complicações graves, como cirrose ou câncer hepático, inclusive com a necessidade de transplante”, alerta Beto de Jesus, diretor da AHF Brasil. Nas clínicas mantidas pela AHF no Brasil , os usuários encontram testes rápidos para as hepatites B e C, com atendimento 100% gratuito.

SAIBA MAIS SOBRE AS HEPATITES VIRAIS

HEPATITE A – Geralmente transmitida pela via fecal-oral, especialmente em condições inadequadas de higiene. Pode ser disseminada pelo contato direto entre pessoas ou durante relações sexuais, principalmente entre homens que mantêm relações com outros homens. Nem todos os infectados apresentam sintomas, mas eles costumam surgir entre 15 e 50 dias após a infecção e, na maioria das vezes, desaparecem em até dois meses. Não existe um tratamento específico para a hepatite A. Por isso, o foco é a prevenção, como higienizar mãos e alimentos e usar preservativos. A vacina está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças pequenas, gestantes e pessoas que vivem com HIV/Aids.

HEPATITE B – A transmissão ocorre nas relações sexuais sem proteção ou da mãe para o bebê durante a gestação ou o parto. Na maioria das vezes, não há sintomas evidentes no início, o que leva ao diagnóstico tardio, quando já existem complicações hepáticas. Não há cura para a hepatite B, mas tem tratamento no SUS. A melhor forma de prevenção é a vacinação, oferecida no SUS para toda a população. Outras medidas preventivas incluem usar camisinha nas relações sexuais e evitar o compartilhamento de objetos pessoais como lâminas de barbear, escovas de dente, alicates de manicure/pedicure, seringas e agulhas.

HEPATITE C – A maioria das pessoas infectadas é assintomática. Por ser silenciosa, quase 70% dos casos são diagnosticados já em sua fase crônica, o que aumenta os riscos de cirrose, câncer de fígado e insuficiência hepática. Não existe vacina para a hepatite C. A recomendação é usar testes rápidos para detecção precoce. Depois do diagnóstico confirmado, os pacientes devem ser submetidos ao tratamento, disponível no SUS e com taxas de cura superiores a 95%. Para prevenir, não se deve compartilhar seringas, agulhas, alicates ou escovas de dente; e é fundamental usar preservativos em todas as relações sexuais.