O mês é dedicado à luta contra o HIV, aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST)
Dezembro é o mês do ano dedicado à luta contra o HIV, aids e outas infecções sexualmente transmissíveis. O Dezembro Vermelho, como é conhecido mundialmente, foca ainda na prevenção, assistência e defesa dos direitos das pessoas que vivem com o HIV. A campanha de conscientização é importante porque, em muitos casos, as pessoas podem não suspeitar que estão infectados pelo vírus.
A falta de informação e a ausência de testagens regulares levam à possibilidade de transmissão do vírus. Por isso, realizar os testes, seja com um exame de sangue (em laboratório ou teste rápido) ou de saliva, é essencial.
As formas de contágio mais comuns são relações sexuais sem o uso de preservativos, compartilhamento de seringas ou instrumentos perfurantes entre as pessoas, transfusão de sangue contaminado ou transmissão vertical (de mãe para filho). Para Beto de Jesus, diretor geral da AHF Brasil, é fundamental ampliar o acesso à informação e à prevenção. “E o diagnóstico é feito a partir da coleta de sangue, através dos testes rápidos que são oferecidos gratuitamente nas unidades públicas de saúde, pelo SUS, e nas nossas clínicas em São Paulo e no Recife, também de forma gratuita”, explica.
O monitoramento deve ser feito regulamente, para que, caso os resultados sejam positivos, o paciente seja encaminhado a um serviço especializado. Sob a supervisão de um profissional de saúde, serão prescritos medicamentos antirretrovirais. Nos exames pré-natais, essa avaliação é vital para que a gestante receba tratamento imediato, evitando a transmissão do vírus para o recém-nascido.
A luta contra o HIV e a aids é realizada de maneira integrada. Embora ainda não exista uma vacina específica contra o HIV, imunizar-se contra outras infecções sexualmente transmissíveis, como HPV e Hepatites A e B, protege o corpo desses agentes.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 90% das pessoas sob tratamento no Brasil alcançaram a condição de indetectáveis. Isso significa que elas não transmitem o vírus e conseguem manter uma boa qualidade de vida sem apresentar os sintomas da aids. Esse avanço é resultado do aprimoramento das iniciativas do Governo Brasileiro para expandir o acesso ao melhor tratamento disponível para o HIV, incluindo a introdução de medicamentos de primeira linha para os pacientes.
Além disso, há medicamentos de profilaxia para situações de possível exposição ao HIV. A PrEP (profilaxia pré-exposição) é utilizada antes de um evento de risco de contágio, diminuindo a chance de infecção. Já a PEP (profilaxia pós-exposição) combina antirretrovirais, que são administrados após uma possível exposição ao vírus, como em casos de violência sexual, acidentes com materiais cortantes ou rompimento de preservativos. A profilaxia pós-exposição (PEP) deve ser iniciada o mais breve possível, idealmente nas primeiras duas horas ou, no máximo, até três dias após a exposição, e o tratamento dura 28 dias. Ambas estão disponíveis na rede pública de saúde em todo o país. Mas é importante ressaltar que tanto a PrEP quanto a PEP não são substitutos do uso de preservativos porque previnem apenas contra o HIV.
A campanha Dezembro Vermelho também aborda a forma como as pessoas que vivem com HIV são percebidas pela sociedade. Todo paciente, assim como qualquer cidadão, tem o direito de levar uma vida normal, de acordo com a Lei nº 12.984/2014, que estabelece como crime qualquer ato de discriminação contra indivíduos que convivem com HIV.
A prevenção é a melhor forma de combater o vírus HIV. Caso necessite de ajuda ou orientação, procure uma unidade de saúde mais próxima ou uma das unidades da AHF em São Paulo ou Recife. Também é possível obter informações no Disque Saúde, pelo número 136.