Aids: o mundo pode esperar até 2030 para acabar com ela?

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Guilherme

São Paulo, 29 de novembro de 2024 – Já se passaram 43 anos desde que o mundo tomou conhecimento da aids pela primeira vez e, embora o progresso tenha sido significativo, ainda há muito trabalho a ser feito para atingir a meta de eliminá-la até 2030. Neste Dia Mundial de Luta Contra a Aids, 1º de dezembro, aAids Healthcare Foundation (AHF) e centenas de organizações em todo o mundo estão se unindo para lembrar a importância de manter o HIV na agenda da saúde pública e fortalecer os esforços de prevenção, diagnóstico e tratamento. Porque a epidemia de aids ainda não acabou.

De acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), as novas infecções por HIV diminuíram 39% globalmente desde 2010. No entanto, na América Latina, houve aumento de 9% no mesmo período, com aproximadamente 120 mil novos casos em 2023. No Caribe, embora os novos casos tenham caído 22%, a região ainda apresenta 15 mil novas infecções por ano.

Em todo o mundo, cerca de 39,9 milhões de pessoas vivem com o HIV, e quase um quarto delas não tem acesso ao tratamento necessário para levar uma vida saudável. Na América Latina e no Caribe, 2,5 milhões de pessoas vivem com o vírus, e estima-se que 54 mil morreram de causas relacionadas ao HIV no ano passado.

Para continuar progredindo na resposta ao HIV/aids, a AHF América Latina e Caribe está convocando os líderes e a comunidade em geral para reforçar as ações que contribuirão para a meta de acabar com a aids até 2030: promover o uso de métodos de prevenção, como preservativos; facilitar o acesso a testes rápidos de HIV; iniciar o tratamento imediatamente para aqueles com diagnóstico positivo; investir em programas de retenção de tratamento para alcançar a indetectabilidade do vírus; e reduzir o estigma e a discriminação associados ao HIV por meio de campanhas de informação e políticas inclusivas.

“O estigma continua sendo um desafio na América Latina e no Caribe, e muitas pessoas ainda não conhecem seu estado sorológico ou enfrentam barreiras para ter acesso ao tratamento”, explicou a médica Patrícia Campos, chefe do escritório da AHF para a América Latina e o Caribe. “Neste Dia Mundial de Luta Contra a Aids, pedimos aos governos que implementem políticas inclusivas que garantam o acesso à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento para todas as pessoas. Com um esforço conjunto, podemos avançar em direção a um futuro em que o HIV não seja mais uma ameaça.”

Beto de Jesus, diretor da AHF Brasil, lembra que o momento requer ainda mais atenção e mobilização da sociedade civil, tendo em vista o recente corte de gastos anunciado pelo governo. “Nenhuma medida de austeridade na economia pode ser tomada sem que se avalie o impacto nas populações mais vulneráveis, como é o caso das políticas de saúde pública. O enfrentamento do HIV/aids ainda tenta superar os efeitos devastadores da pandemia de covid-19, que resultaram em represamento de diagnóstico e início tardio de tratamento. Precisamos seguir vigilantes tendo em vista a Agenda 2030.”

Faltando cinco anos para 2030, é importante redobrar os esforços para abordar as desigualdades que ainda afetam as pessoas vivendo com HIV. As iniquidades no acesso à saúde e à informação limitam o impacto das estratégias de prevenção e tratamento, especialmente em comunidades vulneráveis. Avançar em direção à equidade no acesso aos cuidados é essencial para reduzir novas infecções e melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV.

No dia 1º de dezembro, a AHF realizará eventos comemorativos em 45 países, tanto on-line quanto presenciais, para homenagear aqueles que perderam suas vidas para o HIV e para nos lembrar que a pandemia ainda requer a máxima atenção e comprometimento dos líderes globais.

No Brasil, o Congresso Nacional, em Brasília será iluminado de vermelho, haverá um laço vermelho gigante no gramado da Esplanada dos Ministérios, e a Biblioteca Nacional em sua fachada a projeção de frases para lembrar a importância da testagem e do tratamento, do combate ao estigma, da necessidade de ampliação do investimento público em saúde e da busca por preços justos para os medicamentos. As ações são fruto de parceria entre a AHF Brasil, a Frente Parlamentar Mista de Enfrentamento às IST/HIV/Aids e Hepatites Virais do Congresso Nacional e a ONG Estruturação, com sede no Distrito Federal.

Nos dias 2 e 3 de dezembro, Beto de Jesus participará de reuniões com o Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, a Frente Parlamentar, o Unaids e o Governo do DF.

A AHF América Latina e Caribe reafirma seu compromisso de apoiar as pessoas em sua jornada para o diagnóstico e tratamento do HIV, oferecendo serviços gratuitos de testes rápidos e acesso ao tratamento em seus mais de 120 centros de atendimento na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, República Dominicana, El Salvador, Guatemala, Haiti, Jamaica, México, Panamá e Peru.

Sobre a Aids Healthcare Foundation – A AHF é a maior organização global de combate à aids. Atualmente fornece atendimento médico e/ou serviços a mais de 2 milhões de pessoas em 47 países, incluindo EUA e regiões da África, América Latina e Caribe, Europa Oriental, Ásia e Pacífico. No Brasil, a AHF mantém clínicas próprias, com atendimento 100% gratuito e voltado para a saúde sexual de homens, no Recife, e da população geral, em São Paulo. Os endereços estão disponíveis em https://ahfbrasil.com.br/faca-o-teste/. Mais informações em: www.aidshealth.org; Facebook: www.facebook.com/aidshealth e www.facebook.com/BrasilAHF; Instagram: @aidshealthcare e @ahf.brasil; X/Twitter: @aidshealthcare e @brasil_ahf.

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